Bom, como jovem que sou, me deparei com uma situação também juvenil, querer sempre o que não está presente. Então pensei, de onde surge essa tremenda vontade de ter o que não possuo? Porque busco sempre o que não tenho? Qual motivo da minha inquietação? Porque a grama do vizinho tem que ser sempre mais verde?
É uma simples resposta, porque o novo encanta mais do que o habitual, a aventura de descobrir e inovar, o charme do desconhecido e o desafio são muito mais interessantes do que a mesmice do cotidiano. Para cada supresa e conquista que temos, satisfazemos nosso ego, elevamos nosso orgulho, nos tornamos mais completos.
Tudo uma grande ilusão pois com o decorrer do tempo o novo se torna velho, o desafio já foi ultrapassado, a aventura acabou, o charme se foi, e o que restou é uma nova vontade de se satisfazer, já não queremos mais grama, agora eu quero capim, uma nova vontade surge e com ela vem a nova busca e você se torna incompleto novamente, e preso em um ciclo vicioso de vontades e respostas intangiveis perdidas no elo da infinidade de nossa mente.
Somos incompletos pois analisamos a grama do vizinho e não o interior da casa, estamos vivendo nos jardins das nossas casas, vemos só a parte externa da nossa mente, a estética e o esteriótipo de ser sempre o melhor está em nossas mentes, o perfeccionismo nos ilude, pintamos nossas casas, até mesmo as construimos, mas jamais seremos capazes de mobilia-las se continuarmos a procurar a peça que nos falta no exterior de nossos reinos.
A aventura de verdade, é nos descobrir, o mistério mais charmoso é como está mobiliada a casa, e o maior desafio é conseguir construir, pintar, mobiliar os nossos reinos interiores com o caráter, a verdade, e a paz. E se ainda estiver incompleto depois de todo o trabalho feito, chame pessoas para morar com você, mas não as deixe apenas no jardim, elas estão interessadas mesmo é em descobrir os seus mistérios, ultrapassar os seus desafios e enfim aventurar-se a completar a casa com você!
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